terça-feira, 23 de setembro de 2025

Quase nada sobre minha mãe

 "Quase nada sobre minha mãe"

Nunca escrevi para minha mãe, pois ela morreu antes que eu soubesse me expressar por escrito. Quando aprendi era obrigada a fazer as cartinhas de escola em homenagem ao dias das mães,  (uma tortura de que nem gosto de me lembrar...) me sentia anormal, parecia que era a única pessoa do mundo que não tinha mãe e, de fato, desde os seis até a juventude no meu estreito mundo não conheci outra pessoa que não tivesse mãe. Tentava esconder ao máximo para evitar a cara de pena das pessoas, morria de vergonha. Dentre outros motivos (inconscientes), penso que seja este o principal para não escrever para minha mãe.

Mas hoje estou aqui me permitindo, entre muitas lágrimas, escrever algumas palavras e memórias. Lembro-me bem ainda de como era bom estar no seu colo ainda que por poucos  instantes. Lembro dos domingos, em que muito cedo a "ajudava" a moldar o melhor nhoque de batatas que já comi. 

Lembro-me de uma história tétrica que contava sobre uma filha que respondia à mãe e de cujo final penso melhor poupar quem por ventura possa parar para ler este post rsrs.

Lembro-me das suas unhas esmaltadas de vermelho que nunca quis imitar, embora digam que minhas mãos são parecidas com as suas.

Tenho vagas lembranças de seu olhar triste e insatisfeito, talvez fruto de uma vida dura e injusta com as mulheres, principalmente as do seu tempo. Talentos e esperanças voltados para a família, a casa e todo o resto que não incluía a si mesma.

Hoje vejo-a mais em suas netas do que em mim e na minha irmã, ela continua também em poucos retratos que em nada a revelam e numa ou noutra história que os mais velhos contavam. Sempre a descreveram como a pessoa mais generosa, séria e responsável do mundo... Não minto que muitas vezes, talvez a maior parte da vida, tentei apagá-la de vez da minha memória, penso que para aliviar a dor da falta que me fez desde antes mesmo de morrer.

Tento ser e estar para minha filha o mais presente possível. Penso que a vida sem mãe não seja tão fácil e que talvez nunca se esteja preparada para isso. Parece que nada substitui essa falta mesmo e sem querer aqui ser ainda mais piegas encerro com o tradicional feliz dia das mães, mãe. 🌹

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Poema dadaísta - mas nem tanto!

O drama do negro era libertação fez
coisas do banheiro
o rap nacional é um passeio de
diferente mágoa
sal e cura
eu ouvia funk ontem já ela antiéticas
a todos livrou a 
fazer só atitudes

Thamara Andrade.

terça-feira, 21 de março de 2017

To Bem (Oculto), de Fabrini Silva - "O brilho desse mundo é ilusão que se destaca..."


Aquilo que você acredita 
Mas quando sente se acabando
Por dentro agita
Aquela magoa grita
Do lado da consciência 
Sente-se que a eficiência, não é mais como a das antigas.

Não sei o que faço, muito menos o que traço
Cada vez que fica mais massante a política do passo-a-passo
Ambição? Preguiça? 
No país dos "donos da verdade" em qual lei se encontra a justiça?

O desânimo se aplica nas vontades que se dão, mas o outro implica
Buscando autenticidade 
faça isso, faça aquilo nem pensam em felicidade.
Levem anos, levianos, quem só olha sua vida 
não olha pro próprio ânus.

No meio do cinza, das cinzas e do rancor,
Olhe no fundo dos olhos de quem te olha com amor.

                "O brilho desse mundo é ilusão que se destaca..."

- Fabrini Silva

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Esperança

Entre brigas e intrigas
A família Frank se desequilibra
Pois a Guerra não lhes dá paz

Família confusa e nada íntima
Seu café e chá da manhã sempre havia
E eram as únicas pessoas em que
Podiam confiar

Sua família entendia seus sentimentos
Mas Anne preferia Kit
Porque era ela que lhe dava forças
Para continuar

De certo ela foi guerreira
Suportou muita coisa com dificuldade
E entrou para a história com muita dignidade

De alguma forma fez de uma história triste
Refúgio  e confiança
Para muitos que acreditam
Que ainda existe uma esperança


                        
                         Quinta-Feira 5 de novembro
                                        De 1942
                          Diário de Anne Frank p. 28

Jéssica, Pâmela e Anna

Sentimento

             Sentimento
 Dizem que somos impuros,
 e que não somos bem vindos.
 Nos expulsam de nossas casas,
 e nos separam de nossas famílias.
 O medo está por toda parte.
 E se nos acharem? O que faremos?
 Para onde iremos?
 Perguntas que pairam no ar,
 sem serem respondidas.

 E quando a coragem faz falta,
 é na escrita onde encontro meu refúgio.
 É nela que escondo meus medos
 e minhas dores.

 Mas tão pouca coragem
 não salvaria este lugar.
 Por isso, temos que acreditar
 e ter esperanças.

 Porque,
 Apesar de tudo,
 Ainda acredito na bondade humana.

Cintia, Alanna, Aline, Thaís, Milena.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Poema para Anne Frank, de Thainara, Luciana, Juliana e Gabrielly - 3º C

Domingo, 13 de Dezembro de 1942

Olhando pela janela consigo ver
Homens, Mulheres e crianças sem se esconder.
Aqui dentro do Anexo estou
Escrevendo mais um dia de sofrimento e dor.

Uma vida sofrida, vendo coisas de longe
Pessoas que pela cidade passam correndo
Não falo com elas ou não toco nelas
Essa vida estranha é o que me resta.

Daqui do Anexo, consigo ouvir o bonde e as crianças
Isso é com que ainda consigo me divertir
Avistei dois judeus, me senti estranha, foi como se eu os denunciassem à autoridade!
E agora estivesse assistindo a sua infelicidade.

Também pela mesma janela vejo a caminhar
Mulheres de rostos distintos que insisto em admirar
Que pena saber que isso é por motivo banal
Pela falta ou excesso de sua vontade carnal.


Tenho meus ideais, o meu modo de pensar e os meus planos,

Embora ainda me falte a capacidade de traduzir isto tudo em palavras.





                                                                                                                  - Sua Anne.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Injustiças Sociais, por João Vitor Ribeiro.

Enquanto reclama da sua mordomia, seu irmão sonha com um pedaço de pão.
Enquanto dorme em berço de ouro, seu irmão se deita em trapos imundos.
Mas como somos egoístas e nos dedicamos em vão, todos vivemos em buracos profundos.
Sabemos que existe diferença entre o bem e o mal. Mas por que há diferença entre ricos e pobres? 
Será que este mundo é de certo modo animal, onde prevalece a lei da selva?
Que só sobrevive o mais forte?
Queremos um mundo melhor, mas melhor pra quem? 
De quem vive para conquista do seu próprio pão, ou para o que só pede e diz amém?
Devemos ter caráter e determinação, pois sem isso não construímos nada.
Manter a fé no idoso e em nossa criançada.
E aí, realizaremos tudo em união, ou deixaremos a sociedade toda atrapalhada?